Percebendo a desmotivação face a um fracasso.


Nada é mais desmotivante do que receber um resultado que não era o expectável. Imaginem como uma criança e/adolescente se sente quando recebe uma avaliação sobre os conteúdos trabalhados anteriormente e esta não está de acordo com o que esperava, pior, com o que a família e/ou professor esperava. Sente-se perdida, desmotivada, carrega dentro de si uma sensação de fracasso, acima de tudo pode pensar que não é suficiente para aqueles que a acompanham. Nesta fase em que ela mais precisa de incentivo, devemos perceber como ela se sente, o que sentiu quando estava a ser avaliada, onde se sentiu perdida/o, sem foco, o que aconteceu no caminho de preparação. Fazê-la pensar um pouco sobre os passos que tem vindo a dar, o que acha ser necessário modificar, melhorar (responsabilizá-la e estimulando à autonomia), e acima de tudo, transmitir-lhe que a/o apoiamos. Julgar, criticar, ameaçar, não leva a muito longe. O castigo serve apenas para temer o outro) e não estabelece qualquer conexão consigo próprio. É necessário o indivíduo aprender a responsabilizar-se sobre o que necessita fazer em diante. Estabelecer uma meta (melhorar notas) e desenhar os objectivos para a atingir. Escrevê-los e colocá-los num lugar visível, para quando se dedicar ao estudo os visualizar e sentir uma maior inspiração. É importante que se acredite nela/e, e fundamental que ela/e acredite em si mesmo, no seu potencial. Pode ser um processo lento, mas que vale a pena.
Converse com ele/a, ajude/a a perceber os passos, as rotinas, ajude-o/a a colocar-se em perspectiva sem o/a julgar e compreender como pode ser o autor principal do seu desempenho.

Em breve partilharei algumas estratégias que permitem treinar a resistência à frustração e compromisso. Da mesma forma que necessitamos de nos identificar com algo que nos dê alento em seguir em diante, o aluno/a também sente essa necessidade, e na maior parte das vezes não o percebe, perdendo o contacto com a realidade no processo de aprendizagem. Tem de lhe fazer sentido, e é isso que precisamos de lhes passar, sem a imposição de resultados a atingir de acordo com o que a sociedade estabelece e se espera. Ele tem de sentir que ele mesmo o quer, e consegue.

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